Síndromes Parkinsonianas

Síndromes Parkinsonianas
Síndromes Parkinsonianas

Síndromes Parkinsonianas

As Síndromes Parkinsonianas englobam uma série de condições clínicas, que compartilham algumas características e são categorizadas em uma sub área da Neurologia conhecida como Distúrbios de Movimento. Neste grande grupo de doenças é importante a diferenciação entre a Doença de Parkinson Idiopática e os chamados Parkinsonismos atípicos e secundários. Neste artigo, vamos tratar dos seguintes assuntos: Doença de Parkinson, Parkinsonismo Atípico e Secundário.

 

Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson propriamente dita, foi descrita pela primeira vez por James Parkinson em 1817, e é uma das doenças neurológicas mais comuns e intrigantes dos dias de hoje. Tem distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas. Estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por 100.000 habitantes. Sua incidência e prevalência aumentam com a idade.

Do ponto de vista patológico, DP é uma doença degenerativa cujas alterações motoras decorrem principalmente da morte de neurônios dopaminérgicos da substância nigra. Suas principais manifestações motoras incluem tremor de repouso, bradicinesia, rigidez e instabilidade postural. Outros sintomas não motores frequentes e que muitas vezes precedem a doença são alterações do olfato, distúrbios do sono, hipotensão postural, constipação, mudanças emocionais, depressão, ansiedade, sintomas psicóticos, prejuízos cognitivos, dentre outros.

 

Parkinsonismo Atípico

Parkinsonismo Atípico refere-se a um grupo de doenças neurodegenerativas que têm algumas características da doença de Parkinson, mas evolução e manifestações clínicas evolutivas diferentes e uma patologia diferente. As patologias mais comuns encontradas neste grupo são a Paralisia Supra Nuclear Progressiva, Atrofia de Múltiplos Sistemas, Demência dos Corpúsculos de Lewy, Degeneração Cortico Basal e menos frequentemente doenças genéticas ou hereditárias como as ataxias espinocerebelares, Doença de Wilson, Doença de Huntington, dentre outras.

O diagnóstico é feito por avaliação clínica e resposta à levodopa. O tratamento é direcionado para a causa sempre que possível. No início do quadro nem sempre é possível fazer a diferenciação exata entre Doença de Parkinson e Parkinsonismo Atípico, sendo muitas vezes necessária avaliação seriada, com observação ao longo de várias consultas a fim de melhor definir o diagnóstico.

 

Parkinsonismo Secundário

O Parkinsonismo Secundário refere-se mais propriamente a condições que resultam em sintomas semelhantes à Doença de Parkinson e que podem ser revertidos, a depender da causa e tratamento.

Condições que podem provocar o chamado Parkinsonismo Secundário são as doenças vasculares sistêmicas como o Diabetes Mellitus, Insuficiência Renal avançada (Parkinsonismo Vascular), infecções do Sistema Nervoso Central (como as encefalites virais), medicações como antieméticos (Metoclopramida), antivertiginosos (Cinarizina), antipsicóticos (Risperidona), anticonvulsivantes (Ácido Valproico) , dentre outros; tumores do Sistema Nervoso Central e disfunções na dinâmica de drenagem de liquor do Sistema Nervoso – Hidrocefalia de Pressão Normal.

 

De forma resumida:

O diagnóstico diferencial preciso entre as condições geradoras de parkinsonismo pode demandar, além de anamnese e exame físico detalhados, a realização de testes terapêuticos com medicamentos, como a Levodopa, a qual produz boa resposta na Doença de Parkinson e efeitos limitados nas demais condições; assim como solicitação e realização de exames de imagem radiológicos, estruturais ou funcionais, como Ressonância Nuclear Magnética, Cintilografia Cerebral (Spect) e Ultrassonografia Transcraniana (Duplex) e em algumas situações, exames de sangue específicos, como testes genéticos (após consentimento e aconselhamento prévio ao paciente).

Figura – Hiperecogenicidade em Substância Nigra (área tracejada em amarelo) em paciente portadora de Doença de Parkinson

 

 

Por: Dr. Marcus Vitor Oliveira – CRM/SC 12512 | RQE 8844.

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