Estudos recentes realizados no Brasil apontam que cerca de 2/3 (dois terços) dos pacientes recuperados da Covid 19, sem internação, apresentam algum tipo de sintoma neurológico nos meses subsequentes à infecção, e de forma persistente. Entre os que necessitaram de internação, este índice parece ser ainda maior.
Dentre as condições apresentadas, chama atenção a ocorrência de neuropatia periférica – afecção que acomete os nervos a partir de sua saída na medula espinhal ou tronco cerebral, possivelmente consequente a uma reação imunológica exagerada do organismo a partir da penetração do vírus no nervo olfatório.
Tal quadro pode constituir-se de evolução grave como a Síndrome Guillain Barré, com fraqueza muscular acentuada, dificuldades para caminhar, perda de reflexos e insuficiência respiratória, neuropatia do paciente crítico – ocorrendo naqueles em longa permanência em UTI, levando também a perda de sensibilidade e atrofia muscular; e alterações sensitivas mais leves, como formigamentos, dormências, dores em queimação e incapacidade de sentir vibrações próximas às articulações.
Nessas situações faz-se necessária uma avaliação clínica acurada, com anamnese, exame físico, e se necessário, realização de exames laboratoriais e neurofisiológicos, como a Eletroneuromiografia, para melhor elucidação.
O tratamento instituído dirige-se então à condição específica, passando por reabilitação com fisioterapia, podendo envolver ainda uso de medicações ou suplementos, na tentativa de melhorar o prognóstico de funcionalidade dos nervos e músculos.
Por: Dr. Marcus Vitor Oliveira. Neurologista – CRM/SC 12512 | RQE 8844
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