Queixas de dormências nas mãos, formigamentos nos pés e sensação de fraqueza em braços e pernas frequentemente são atribuídos a desordens circulatórias. Há um grupo de doenças neurológicas, entretanto, de alta prevalência que pode responder por estes e outros sintomas, e que por não ser corretamente avaliado traz sérias consequências, gerando prejuízos funcionais nos mais diversos graus.
São as neuropatias periféricas: doenças que afetam as estruturas nervosas presentes em nosso corpo e responsáveis por funções como capacidade de percepção de sensações como dor, calor nas extremidades, frio, tato, manutenção da força muscular para a execução das mais diferentes tarefas, entre outras.
Este grupo de doenças pode ter tanto causas genéticas, quanto adquiridas. Entre as últimas, no Brasil, destaca-se a alta prevalência de neuropatias associadas ao Diabetes Mellitus. Estima-se que cerca de 50 % dos pacientes diabéticos desenvolvam algum tipo de neuropatia após 10 anos de evolução da doença, mesmo com tratamento adequado.
Outras causas que merecem destaque são o consumo excessivo de álcool, carências vitamínicas como a de B12, infecções crônicas como pelo vírus HIV e Hanseníase, além de neoplasias e uso de medicamentos e compressões como a provocada pela Síndrome do Túnel do Carpo.
Na presença de sintomas persistentes como formigamentos, dores em queimação ou tipo caibra e fraqueza excessiva, torna-se importante a busca de auxílio médico a fim de que se busque confirmar ou afastar tal hipótese diagnóstica.
Uma ferramenta auxiliar na avaliação é o exame de Eletroneuromiografia, que consiste na aplicação de choques de pequena voltagem em pontos específicos dos nervos, complementado pela introdução de pequenas agulhas em fibras musculares, com o objetivo de testar a integridade de nervos e músculos.
Por: Dr. Marcus Vitor Oliveira. Neurologista – CRM/SC 12512 | RQE 8844
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