Recentemente, vem crescendo pelo Brasil o uso de técnicas de ultrassonografia para o diagnóstico e tratamento de uma série de patologias neurológicas. A ultrassonografia neurológica ou Neurossonologia como é chamada, é uma nova área desta Especialidade, capaz de fornecer mais informações sobre uma série de condições que afetam o organismo.
O que é a Neurossonologia?
Utiliza-se de equipamentos convencionais de ultrassonografia e/ou doppler transcraniano para estudo de estruturas vasculares no pescoço e no cérebro, do próprio tecido cerebral (parênquima encefálico), nervo óptico, nervos e músculos periféricos.
São emitidos feixes de ondas sonoras, que quando refletidas, são capazes de fazer a visualização das estruturas anteriormente mencionadas. Além disso, existe ainda a aplicabilidade do método para auxiliar no tratamento de alguns grupos de doenças.
O método é seguro, rápido, eficaz quando bem executado e praticamente isento de riscos, evitando a exposição a agentes de contraste ou radiação conforme acontece em outras técnicas de aquisição de imagens como tomografia ou ressonância magnética.
Por que a Neurossonologia é interessante?
Dentre as situações que podem ser pesquisadas através dos métodos de Neurossonologia ou Ultrassonografia Neurológica encontram-se:
- A avaliação diagnóstica complementar para pesquisa de fatores de risco de acidente vascular cerebral isquêmico;
- Monitorização de situações críticas como hipertensão intracraniana em UTI;
- Monitorização de fluxo sanguíneo cerebral em hemorragias cerebrais;
- Ratificação ou auxílio na confirmação diagnóstica de doenças degenerativas cerebrais, como a Doença de Parkinson e sua diferenciação de outras formas de Parkinsonismo (doenças que imitam a Doença de Parkinson);
- Instrumento complementar no diagnóstico de doenças neuromusculares, como a Síndrome do Túnel do Carpo, Polineuropatias, neuropatias periféricas diversas e também Doença do Neurônio Motor – Esclerose Lateral Amiotrófica.
No âmbito do tratamento é possível aplicar a ferramenta para guiar procedimentos como aplicação de toxina botulínica no alívio de sintomas de condições como espasticidade, distonias, além de auxiliar bloqueios anestésicos.
Importante ressaltar que a Ultrassonografia Neurológica não substitui o uso de técnicas como Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética quando se fazem necessárias, podendo, porém, servir como instrumento adicional seguro no fornecimento de informações diagnósticas e auxílio terapêutico.
Por: Dr. Marcus Vitor Oliveira. Neurologista – CRM/SC 12512 | RQE 8844
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